A poesia não se escreve apenas na palavra escrita,
mas no silêncio que ela deixa entre linhas,
no sopro que aviva a brasa da emoção esquecida,
no eco que ressoa em corações desatentos.
Ela desperta onde o olhar toca o invisível,
onde o som da chuva é um verso inacabado
e o voo dos pássaros traça rimas no céu.
A poesia é o instante suspenso,
o momento em que o tempo se perde
e tudo que é fugaz se eterniza no sentir.
Ela não se prende a reflexões ou rimas perfeitas,
pois sua essência é o caos harmônico do universo,
a vibração sutil que conecta o que é humano ao que é infinito.
Poesia é lágrima, riso, rugido e sussurro,
é a alma que se despe de suas amarras
e encontra abrigo na pureza do verbo.
Ela é vento que invade sem pedir licença,
sementes que germinam em solos inóspitos,
um espelho onde o mundo vê o que não quer enxergar.
A poesia não é apenas escrita;
é vívida, respirada, sentida.
É o fio entre o efêmero e o eterno,
o banal e o sublime,
o que somos e o que desejamos ser.
A essência da poesia não é no que diz,
mas no que deixa por dizer,
nos abismos que cria para que os sonhos saltem,
no vazio que preenche com significados invisíveis.
Poesia é uma vida transformada em arte
e uma arte devolvida à vida.