Deslizando-se num serpentear
constante
de contorno sinuoso
entre asfalto e estradas secas,
entre gotas de orvalho e poeira.
A pele rija e cintilante
rasgando as ruas sem saída,
fareja o rumor do vento,
um sussurro de uma folha caída.
Em seu corpo, o mapa invisível
de terras antigas e renovadas,
muda-se a cascata, o destino,
o rastro de memórias marcadas.
A cada esquina, um mistério:
o aroma da atmosfera poluída,
a sombra de um pedinte largado,
o calor suave do sol na pele,
e os movimentos transversais
dos pedestres incansáveis.
Serpenteando no mundo,
entre a vigilância noturna e o sonho cinzento,
desdobra-se o enigma em movimento
dos caminhos sem fim
e sem fundo.
Já era! Eis chegado o fim de tudo.