"No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra
Nunca me esquecerei desses acontecimentos
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que..."
... no meio do caminho, tinha uma pedra, eu sei,
Mas Drummond me disse: "vai, Eduardo, ser gauche na vida."
Entre a Rosa do Povo e o lirismo contido,
O poeta mostra o mundo, o real e o escondido.
Tinha a face do homem, tinha a face da dor,
Tinha a face do amor e do sonho em flor.
Entre Minas e o mundo, ele nos guiou,
Com versos que a todos nós libertou.
No meio do caminho somos todos Drummond,
Com suas sete faces, ele se impôs.
Entre o amor e a pedra, ele foi além,
Fez da vida poesia, e de nós, reféns.
Entre o claro enigma e a solidão que vem,
Drummond escreveu o destino de alguém.
O homem, sozinho no mundo a lutar,
Mas em seus versos, a esperança de amar.
O sentimento do mundo, ele nos trouxe em mão,
E na rua, a infância em eterna canção.
Entre guerras e medos, sua voz ecoou,
Nas palavras, o Brasil ele desenhou.
“José, e agora? E agora, José, o que fazer?"
Na mesa vazia, a festa não quer acontecer.
Mas em cada verso, em cada olhar,
Drummond nos ensina a continuar.
Tinha a face do tempo, a face do chão,
Drummond nos mostrou o coração.
Entre o claro e o escuro, ele caminhou,
E no meio da vida, a poesia encontrou.
Entre a família e a cidade sem fim,
Ele buscou entender o que há em mim.
E entre tantas faces, em todas as ruas,
Tinha um Drummond, e ele era a tua.
No meio do caminho, tinha um poeta a olhar,
E com suas palavras, nos fez sonhar.
Drummond, tu és o que não se diz,
E no meio de nós, tua voz sempre feliz.
"Nunca me esquecerei que no meio
do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra,
No meio do caminho tinha uma pedra"
E dessa pedra, a poesia se fez.