O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e o Transtorno do Espectro Autista (TEA) são condições neurológicas distintas que frequentemente podem apresentar características sobrepostas, mas têm diferenças essenciais em seus sintomas, diagnósticos e abordagens terapêuticas. O TDAH é caracterizado por desatenção, hiperatividade e impulsividade. A desatenção manifesta-se na dificuldade em manter o foco, organização, seguir instruções e concluir tarefas. A hiperatividade se reflete em comportamento inquieto, dificuldade em permanecer sentado e fala excessiva. Já a impulsividade envolve tomadas de decisões rápidas sem considerar consequências, dificuldade em esperar a vez e interrupções frequentes.
Por outro lado, o TEA apresenta déficits na comunicação social, comportamentos repetitivos e dificuldades na interação social. Pessoas com TEA podem ter dificuldade em iniciar e manter conversas, usar gestos de forma inadequada e entender expressões faciais e emoções dos outros. Além disso, apresentam comportamentos repetitivos como balançar as mãos, insistência em rotinas rígidas e forte interesse por tópicos específicos. A interação social também é desafiadora, com uma preferência por atividades solitárias e dificuldade em fazer amigos e entender normas sociais.
O diagnóstico de TDAH baseia-se nos critérios do DSM-5, exigindo a presença de sintomas em múltiplos contextos (escola, casa, trabalho) por pelo menos seis meses. A avaliação inclui entrevistas clínicas, questionários padronizados e, em alguns casos, testes neuropsicológicos. Já o diagnóstico de TEA também segue o DSM-5, destacando déficits persistentes na comunicação e interação social, além de comportamentos restritos e repetitivos. A avaliação envolve uma equipe multidisciplinar, incluindo médicos, psicólogos e terapeutas ocupacionais, que utilizam escalas e entrevistas específicas para TEA.
As abordagens terapêuticas para TDAH incluem medicamentos, como estimulantes (metilfenidato e anfetaminas) e não estimulantes (atomoxetina), terapia comportamental e intervenções educacionais. A terapia comportamental visa melhorar a organização, a gestão do tempo e o comportamento impulsivo, enquanto as intervenções educacionais ajustam o ambiente escolar para apoiar o aprendizado e a concentração. Para o TEA, as intervenções comportamentais como a ABA (Análise do Comportamento Aplicada) são amplamente utilizadas para melhorar habilidades sociais e de comunicação. Além disso, terapias ocupacionais e de fala focam em melhorar habilidades motoras e comunicativas, e o apoio educacional é personalizado para atender às necessidades específicas da criança.
Embora TDAH e TEA possam compartilhar algumas características, como dificuldade em manter a atenção e interações sociais desafiadoras, a natureza e a manifestação desses desafios diferem significativamente. O TDAH é frequentemente caracterizado por um comportamento mais impulsivo e hiperativo, enquanto o TEA envolve desafios mais profundos na comunicação social e comportamentos repetitivos. As abordagens de tratamento e suporte também refletem essas diferenças, com estratégias adaptadas às necessidades específicas de cada condição. Assim, o entendimento das particularidades de cada transtorno é fundamental para oferecer o apoio adequado e promover uma melhor qualidade de vida para as pessoas afetadas.