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Professor Eduardo Nagai
Língua Portuguesa para o Vestibular
Textos

O Olhar de uma Criança.

Ontem eu escrevi sobre o olhar de uma criança, foi uma crônica narrativa do começo ao fim. Um comentário que eu recebi me deixou muito feliz, quando a pessoa disse que se emocionou com a inocência dos olhos da criança. Minha ideia era escrever exatamente o ponto de vista de um garoto de 3 anos de idade, chamado Enzo. Tudo foi intencional, até o nome do menino. Rs. E é claro que esse tema me fascina. Tenho dois filhos e vivo me perguntando, como é o pensamento dos meus filhos.

 

Eu lembro até hoje, quando minha filha que hoje tem 8 anos, viu pela primeira vez a sua própria sombra. A ocasião não era positiva, pois ela estava internada em um hospital no Japão. Eu estava com ela de noite e de dia com ela. E ela ficava dançando na frente da parede para ver a projeção de sua sombra se mexendo. Isso mexeu comigo.

 

Da mesma forma, nessas últimas semanas, meu filho mais novo começou a dançar na frente do espelho de uma maneira nada convencional, parece que ele estava se descobrindo na frente do espelho, vendo os movimentos de sua própria imagem. Ambos são neurodivergentes, mais especificamentem, ambos estão dentro do espectro autista. Minha filha de 8 anos e meu filho de 6.

 

Como é a perspectiva de uma criança neurodivergente? É uma pergunta que eu me faço todos os dias. Eles são não verbais, isso quer dizer que não falam, não leem, isso quer dizer que eles tem uma relação com as palavras muito diferentes de nós, meros típicos. Eu sei que muitas pessoas olham para os meus filhos com olhar de pena. Porque eles são diferentes. Mas quem é igual? Isso é algo que deveríamos questionar na sociedade em que vivemos.

 

Quando foi que nossa sociedade começou a pensar que bom é pensar igual? Ou quem tem um pensamento padronizado? Quem se enquadra. A questão é, quem pensa nas crianças? Quem busca compreender o olhar inocente? São perguntas sobre as quais não temos uma resposta imediata. Mas devemos pelo menos começar a trazer essas questões à tona. Enquanto isso, pelo menos tentemos imaginar como é o olhar de uma criança.

 

Prof Eduardo Nagai
Enviado por Prof Eduardo Nagai em 05/07/2024
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