Restinho de outono, o vento suspira,
As folhas dançam num último adeus,
É hora de partir, de mudar de rota,
Rumo ao inverno que nos aguarda a sós.
O céu se veste de um cinza profundo,
Os dias encurtam, a luz se desvanece,
Assim também na vida, momentos findam,
E novos caminhos se abrem na prece.
As árvores despem-se de sua glória,
Como nós, que deixamos para trás,
Sonhos antigos, dores já curadas,
Para abraçar o novo que nos apraz.
É transição, a passagem inevitável,
Entre o calor dos dias e o frio da noite,
Assim também em nossa jornada humana,
Deixamos para trás o que não nos açoite.
Que o inverno que se aproxima não nos esfrie,
Mas sim nos aqueça com seu fogo interior,
Que a transição na vida seja sempre leve,
E nos conduza à luz com todo o seu esplendor.